Instrumentos de avaliação de leitura e escrita auxiliam avaliação neuropsicológica  

Fonoaudióloga especialista em Linguagem, Jerusa Fumagalli de Salles criou cinco instrumentos de avaliação de leitura e escrita, a coleção ANELE, sobre a qual vai falar no StartPsi: Congresso Brasileiro de Inovação em Avaliação Psicológica, Neurociências e Interdisciplinaridades, em setembro, com o tema Avaliação Neuropsicológica da Leitura e da Escrita.

Coleção ANELE

A coleção ANELE (Avaliação Neuropsicológica da Leitura e Escrita) divide-se em Avaliação de Leitura de Palavras e Pseudopalavras Isoladas (LPI), Avaliação da Compreensão de Leitura Textual (COMTEXT), Tarefa de Escrita de Palavras e Pseudopalavras (TEPP), Tarefa de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (TLPP) e Avaliação da Fluência de Leitura Textual (AFLeT). Trata-se de instrumentos interdisciplinares de avaliação da linguagem que auxiliam o profissional a intervir no processo de aprendizagem do aluno e que permite traçar estratégias para o ensino e a avaliação das crianças, e também de adultos e idosos.

O material, feito com outras autoras – as psicólogas Luciane da Rosa Piccolo, Camila Schorr Miná e Jaqueline de Carvalho Rodrigues e a psicopedagoga Helena Vellinho Corso – está disponível em publicações da Vetor Editora. Quatro deles referem-se à leitura, sendo três destinados a crianças e adolescentes e um a adultos e idosos. O terceiro volume orienta a escrita e foi pensado somente para o público adulto e idoso. 

O quinto volume, Avaliação da Fluência de Leitura Textual (AFLeT), que será lançado em setembro, traz um questionário de caracterização das práticas de ensino (didático-pedagógicas) da leitura e escrita para o professor que possibilita ao pesquisador e aos educadores um roteiro para descrever e mensurar a frequência de cada tipo de prática. Estes dados podem ser correlacionados com o desempenho efetivo dos alunos nas habilidades de leitura e escrita. Desta forma, os volumes 1, 2 e 5 podem ser usados em conjunto, associados às demais ferramentas de avaliação das habilidades neuropsicológico-linguísticas dos alunos.

Avaliação de Leitura de Palavras e Pseudopalavras Isoladas

A Avaliação de Leitura de Palavras e Pseudopalavras Isoladas (LPI) visa conhecer a habilidade de leitura oral com ênfase no reconhecimento de palavras e pseudopalavras, permitindo a avaliação quantitativa e a investigação qualitativa das estratégias de leitura preservadas e deficitárias. Sua interpretação auxilia o profissional a definir as técnicas de intervenção necessárias e ajuda o educador a escolher estratégias de ensino. Foi criado pensando em crianças brasileiras de 6 a 12 anos de idade, estudantes de 1º ao 7º ano escolar do ensino fundamental.

Avaliação da Compreensão de Leitura Textual

Já a Avaliação da Compreensão de Leitura Textual (COMTEXT) pode ser utilizado em múltiplos contextos, que incluem pesquisa, clínica, escola e demais situações em que seja preciso avaliar a compreensão de leitura em crianças. A avaliação inclui duas medidas: reconto (recordação livre) da história lida e resposta ao questionário de múltipla escolha a partir da leitura silenciosa da história entre crianças de 9 a 12 anos do 4º ao 6º ano do ensino fundamental. 

Tarefa de Leitura de Palavras e Pseudopalavras

Baseada em modelos teóricos de processamento da informação, como os de dupla-rota ou múltiplas-rotas abordados pela Neuropsicologia Cognitiva, a Tarefa de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (TLPP) pode ser utilizada em múltiplos contextos, incluindo pesquisa, clínica, escola, universidade ou em demais situações em que seja preciso avaliar a leitura no nível da palavra, de crianças, adultos e idosos de diferentes escolaridades. Busca identificar a integridade das rotas de leitura (fonológica, lexical ou ambas) para complementar o processo de avaliação e diagnóstico e traçar o plano de intervenção e as práticas acadêmicas e educativas mais eficazes para cada indivíduo. Destinado a crianças e adolescentes de escolas privadas de 10 a 13 anos de idade e adultos de 20 a 85 anos de idade.

Diferente dos instrumentos relativos à leitura, o terceiro instrumento refere-se à escrita. A Tarefa de Escrita de Palavras e Pseudopalavras (TEPP) serve para identificar a integridade das rotas de escrita – fonológica, lexical ou ambas – e traçar o melhor plano de intervenção, seja preventiva, terapêutica ou educacional, ou escolher a melhor estratégia de continuidade do processo de avaliação. O público-alvo contempla somente adultos e idosos, de 34 a 82 anos de idade. A avaliação da habilidade de escrita de palavras e pseudopalavras é feita a partir dos estímulos ditados oralmente pelo examinador. O instrumento pode ser utilizado em múltiplos contextos, incluindo pesquisa, clínica, hospital, escola ou instituição de ensino e demais situações em que seja preciso avaliar a escrita no nível da palavra.


Todos têm aplicação individual e sem limite de tempo. Aplica-se a vários contextos, incluindo suspeita de transtornos de aprendizagem, como as dislexias e disgrafias de desenvolvimento e quadros neurológicos, como as dislexias/disgrafias adquiridas. 

 

Jerusa Fumagalli de Salles é mestre e doutora em Psicologia do Desenvolvimento, professora associada do Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), coordenadora do Núcleo de Estudos em Neuropsicologia Cognitiva (NEUROCOG), bolsista produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNp).

 

Jerusa irá participar do painel “Avaliação da Leitura e Benefícios da Tecnologia”, juntamente com a CEO do Elefante Letrado, Mônica Timm de Carvalho. A discussão irá ocorrer durante o segundo dia do StartPsi. Inscreva-se e assista a palestra no dia 14 de Setembro.

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