Benefícios da leitura em voz alta
Estudos em neurociências indicam que há relação direta entre a velocidade da leitura oral e a qualidade da compreensão leitora. Na verdade, essas pesquisas vieram confirmar o que os professores já constatavam na prática em sala de aula: que um leitor com muitas pausas e grande esforço para relacionar fonemas e grafemas dificilmente chega ao final de um texto tendo efetivamente compreendido o que leu. Assim, é possível dizer que quanto mais fluente for a leitura, maior será a probabilidade do leitor compreender o que lê.
Ler em voz alta, contudo, não é uma prática recorrente nas escolas brasileiras – pelo menos não entre os alunos. Escutar a leitura de cada um implica tempo e, na maioria das vezes, presencialidade. A opção dos professores pela forma de aproveitamento do tempo letivo, contudo, tem recaído em outras escolhas.
Recursos para a maior efetividade do ensino
A falta de recursos para a gravação de áudios de leitura dos alunos e o desconhecimento da interdependência entre a leitura oral e a compreensão leitora são uma realidade nas escolas. Em vista disso, a oralização de textos vem sendo pouco empregada como recurso didático. Perdem os estudantes, que são apartados da oportunidade de melhor desenvolver suas habilidades de leitura. Perdem os professores, que deixam de considerar um dos mais importantes indicadores da compreensão leitora quando os estudantes estão nas fases de letramento inicial: o grau de fluência na leitura.
Segundo Stanislas Dehaene, matemático e neurocientista francês, “Todas as crianças, seja qual for a língua, encontram dificuldades para aprender a ler. Estima-se que 10%, quando adultas, não dominem a compreensão de texto”. Ele sublinha que a leitura de um texto demanda grande esforço ao cérebro humano.
Diante de tarefa de tal envergadura, cuja aprendizagem depende da instrução e das provocações que só a educação formal pode fazer, é fundamental o uso dos mais diversos recursos pedagógicos.
Práticas de leitura em ambiente digital
A Plataforma Elefante Letrado veio apoiar o ensino e a aprendizagem da leitura, oferecendo, além de livros, a possibilidade da escuta de textos e a gravação dos áudios da leitura oral dos estudantes. Esses recursos garantem a produção de evidências, para que os professores as analisem e promovam a conquista da aprendizagem da leitura em suas múltiplas dimensões.
Importante destacar que é preciso (re)criar a cultura da prática da leitura oral. Sabidamente, o estímulo a uma prática é mais efetivo quando os professores são o exemplo. Ler recorrentemente, em voz alta, para os alunos, contando-lhes histórias com um ritmo adequado e com entonação. É a leitura de referência que irá lhes mostrar diferentes formas de marcar as pausas ao fluxo da leitura do texto, de destacar rimas, sílabas átonas e tônicas e parâmetros de ritmo.
Com a possibilidade de gravação dos áudios de suas leituras, os estudantes recebem mais um estímulo à leitura oral. Além disso, é possível estabelecer um histórico do desenvolvimento do aluno em leitura ao longo do ano letivo e, por consequência, ter à disposição um poderoso instrumento de análise para a intervenção docente.
A aprendizagem da leitura não é algo natural. É, ao contrário, uma das mais complexas aprendizagens para um ser humano. Então que todos os recursos disponíveis para o ensino da leitura sejam empregados.
A coexistência de múltiplos recursos didáticos para promover a aprendizagem da leitura é uma urgência. A leitura em voz alta, que parece algo tão singelo, revela-se como uma prática de alto impacto para a evolução das habilidades de compreensão leitora.
A maior parte dos estudantes brasileiros pode ser beneficiada por uma simples prática para melhor compreender o que leem: a leitura em voz alta.
Referência:
DEHAENE, S. Revista Quanta. outubro/novembro, 2012.
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