Avaliação da fluência leitora: uma prática a ser conquistada pelas escolas brasileiras
Por: Mônica Timm de Carvalho
A maior parte dos professores concorda que a leitura é base de sustentação para a aprendizagem em todas as áreas do conhecimento. Ainda assim, pouco se avalia a leitura no dia a dia das escolas. Quando as avaliações são feitas, geralmente mostram-se focadas nas habilidades de compreensão de texto, eliminando do horizonte do trabalho investigativo e pedagógico as etapas anteriores, que são justamente as que possibilitam ou não a conquista da desejada compreensão.
Tais práticas avaliativas, que acabam por desconsiderar o complexo conjunto de habilidades que conferem proficiência a um leitor, tem de certa forma concorrido para o analfabetismo funcional de grande parte da população brasileira. Pode-se dizer isso porque as avaliações que usualmente são realizadas apenas constatam as dificuldades que os estudantes têm para compreender textos, pouco ou nada investigando sobre os motivos que os levam à não compreensão. Sem entender as causas de um problema, dificilmente consegue-se efetividade na busca de soluções.
Sabidamente, alguém que não tenha adquirido velocidade na leitura por certo apresentará dificuldades para compreender um texto. O motivo é o empenho empregado nos processos de reconhecimento de fonemas, grafemas ou mesmo de palavras, que, quando ainda não automatizados, consomem a energia cerebral que precisaria ser alocada na compreensão do sentido global de um texto. Assim sendo, de nada adianta oferecer a um estudante um texto após o outro, na esperança de que irá, por insistência, passar a compreender o que lê. É preciso antes investir na conquista da velocidade de leitura, para então esperar que possa adquirir a capacidade de compreender o que lê.
Um dos propósitos centrais do ensino da leitura é, sem dúvida, garantir a aprendizagem das habilidades de compreensão leitora; no entanto, para que isso aconteça com todos os estudantes e no tempo certo, é fundamental que os especialistas em aprendizagem – os professores – identifiquem cada uma das etapas necessárias à conquista da proficiência em leitura. Há um conjunto de habilidades que precedem a capacidade de compreensão de textos, e tais aprendizagens não são naturais, precisam ser ensinadas.
Independentemente do método pelo qual alguém é alfabetizado, uma pessoa só será considerada “letrada” se ela:
- reconhecer grafemas e fonemas da Língua;
- adquirir velocidade e precisão no movimento sacádico da leitura;
- identificar sinais de pontuação e demais marcadores que organizam um texto escrito;
- identificar informações explícitas;
- estabelecer relações entre partes do texto;
- reconhecer informações implícitas, fazendo inferências;
- atribuir significação pessoal a um texto.
Os três primeiros apontam para etapas que precedem e/ou sustentam a compreensão de textos. Para percorrê-las, é fundamental que os estudantes sejam desafiados a conquistar o que chamamos de “consciência fonológica” e “velocidade de leitura”. E como bem apontam as neurociências, não basta esperar que os alunos adquiram por si tais competências. Sem a intencionalidade do ensino, apenas aqueles que estiverem imersos em experiências típicas de ambientes letrados é que conseguirão transformar conhecimento de mundo em conhecimento acadêmico. Enfatiza-se: a escola existe para provocar as aprendizagens de todos, no tempo certo, minimizando ao máximo o impacto que as diferenças pessoais podem trazer para a formação humana de qualidade e com equidade.
AVALIAR PARA SABER QUAL DEVE SER O PONTO DE CHEGADA E O CAMINHO A PERCORRER
Hoje em dia, quando queremos descobrir como chegar a algum lugar, nos valemos de aplicativos (Google Maps, Waze). Só nos são reveladas as opções de itinerários quando indicamos nosso ponto de partida. Sem este, é impossível o aplicativo indicar qualquer caminho.
O mesmo acontece na educação baseada em evidências: sem saber a situação de aprendizagem dos estudantes (seus conhecimentos prévios, as habilidades que têm desenvolvidas, as necessidades de investimento), é quase inócuo estabelecer caminhos para um ponto de chegada. As expectativas de aprendizagem poderão estar aquém ou além das possibilidades dos estudantes; as estratégias, inadequadas para eles, e em qualquer dessas alternativas a escola estará mal empregando o tempo didático.
Um trabalho pedagógico responsável é alicerçado na avaliação permanente. Somente assim é possível estabelecer objetivos claros e caminhos efetivos para promover o bom desenvolvimento dos estudantes, bem como aferir o impacto do ensino na aprendizagem. Sendo a leitura o aspecto central para a aquisição do conhecimento, é de se esperar que sua avaliação seja uma constante na vida da escola. E mais: que a avaliação não se limite a apenas constatar sucessos ou fracassos, mas que se coloque como instrumento para análise das causas do bom ou do insuficiente desempenho escolar.
Incluir a avaliação sistemática da fluência leitora nas práticas docentes pode mudar substancialmente a forma como hoje ensinamos leitura nas escolas brasileiras. Precisamos dessa mudança! Não é mais possível que continuemos a conviver com o fato de que o analfabetismo funcional siga nos colocando entre os países de menor desempenho em leitura no mundo. Mudar é mais do que necessário – e um passo assim só ganha escala quando sustentado pelas novas tecnologias.
SAIBA MAIS SOBRE O NOVO TESTE DE FLUÊNCIA LEITORA
A Plataforma de Leitura Elefante Letrado desenvolveu um inovador TESTE DE FLUÊNCIA LEITORA, pautado pelo que há de mais avançado no uso de inteligência artificial aplicada à educação. Os integrantes de seu Núcleo de Pesquisa & Desenvolvimento, formado por pesquisadores do ensino da leitura, professores, desenvolvedores seniores e pesquisadores com especialização em inteligência artificial, conceberam condições para a verbalização de textos, gravação e processamento dos áudios de leitura de cada estudante. O resultado é a indicação do grau de fluência do leitor: se está no nível abaixo do básico, básico, adequado ou avançado em relação às expectativas para seu grau de escolarização.
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