Plano de Leitura: Universo literário para apaixonar os alunos

Por Lúcia Karam

“Do que depende o gosto pela leitura? Cada pessoa tem uma história de como se apaixonou por livros. Em geral, o leitor apaixonado sucumbiu a algum texto, autor ou situação de leitura que lhe abraçou”. Esse é o pensamento que dá o norte a planos de leitura utilizados pela professora e coordenadora pedagógica Beth Baldi na sua longa atuação em sala de aula.

Em entrevista ao Elefante Letrado, ela explica as modalidades de leitura usadas na escola Projeto, da qual é sócia gerente, cada uma com uma abordagem diferente que insere a criança no mundo literário. “Mergulhando nesse universo, não tem como não interagir com o mundo da leitura, havendo, então, mais chances do leitor “se encontrar”, diz.

São quatro propostas básicas do plano de leitura para todos os níveis que exige a ida à biblioteca diariamente, com livre escolha dos livros pelos alunos; a leitura socializada, quando o professor lê para os alunos; a individualizada, que a criança pode ler em casa e depois apresentar um trabalho final; e as unidades literárias, com foco no tema, na linguagem, gênero ou no autor.

1. Biblioteca todos os dias

“A Plataforma entra como uma luva na modalidade da ‘Biblioteca todos os dias’, pois facilita a leitura diária, em dupla ou individual, de 20 a 30 minutos”, sugere Beth.

Biblioteca do estudante no Elefante Letrado

2. Leitura socializada

Na leitura socializada, o professor escolhe um livro com maior volume de texto e mais avançado e, no caso da Plataforma, os alunos podem acompanhar a leitura, que pode ser feita por partes, por capítulos. “O professor tem uma série de recursos e a mediação garante melhor compreensão que a leitura individual, principalmente no caso de crianças menores, quando a leitura inicial é mais lenta, mais pausada e pode comprometer a compreensão plena”, explica.

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A pedagoga alerta para não confundir com contação de histórias que, para ela, não pode ser prioridade no dia a dia da escola porque é linguagem oral, coloquial. “É um recurso muito legal, mas quando o professor lê, está permitindo ao aluno o acesso à linguagem escrita, mesmo quando ainda não sabe ler, e isso é o processo de letramento”, afirma.

3. Leitura individualizada

Na leitura individualizada, os alunos podem organizar um seminário para compartilhar ideias, falar do tema, do personagem que mais gostaram, enfim, participar de atividades pelas quais possam se expressar. “De novo, a Plataforma vem com tudo, porque a escolha do livro individual pode ser o mesmo para cada aluno, ou do mesmo autor, ou da mesma coleção”, orienta.

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4. Unidade literária

E, por fim, há as unidades literárias, projetos de maior prazo que têm um foco, que pode ser assunto, gênero, autor ou linguagem, por exemplo, para esmiuçar a interpretação e a compreensão.

Já a Plataforma vai muito além e pode incluir outros tipos de trabalho e, como sugestão, fazer uma modalidade eclética, “compartilhada”, misturando a individualizada com a socializada, com partes do livro lidas na sala de aula e outras pelo aluno em casa. Ou ainda trabalhar um livro on line com o físico de um mesmo autor que não está incluído ou um original no qual a obra é baseada.

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Para Beth, o papel da escola é “apaixonar os alunos pela leitura”, envolvendo também a família. “Eu vejo a Plataforma como mais um dos recursos de leitura que tem que ser aproveitado, e no meio do turbilhão que atinge a criança, temos que oferecer qualidade de experiências. Bons autores e textos é o que torna o Elefante Letrado algo de peso e bom. Principalmente na escola pública, a plataforma seria ideal, junto com livros físicos de qualidade, já que às vezes elas não têm biblioteca ou são chaveadas”, diz.

Com a Plataforma os professores contam ainda com os descritores que orientam na avaliação do aluno e da turma, pelo acesso aos relatórios para ver os progressos e as deficiências. “A turma se apropria dos textos como um repertório comum de vida, tornando a leitura uma experiência de vida, como uma brincadeira”, finaliza Beth.

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