Um estudo realizado pela Universidade de Edimburgo em parceria com a King’s College de Londres revolucionou a forma com que educadores em todo o mundo passaram a ver a leitura na infância. Ele concluiu que a leitura na infância traz vantagens intelectuais que se estendem para toda a vida. Na época, os cientistas analisaram irmãos gêmeos em várias etapas da infância e pré adolescência e concluíram que as crianças que liam habitualmente demonstraram habilidades cognitivas e compartamentais superiores as de seus irmãos que não gostavam de ler, ou que liam com uma frequência menor.

Sabendo que a leitura influencia fortemente na formação de adultos mais inteligentes e competitivos, a urgência se torna ainda maior, certo? Saiba por que é tão importante investir no futuro dos pequenos:

Crianças que não lêem desenvolvem menos habilidades abstratas

O pesquisador Stuart Ritchie, que coordenou a pesquisa, destaca que a leitura é fundamental para que as crianças consigam imaginar outras pessoas, lugares, etc, ou seja, para que ampliem sua visão de mundo.

Quando a criança não lê, ela tende a ter uma visão muito literal, limitando-se apenas às coisas que lhe são mostradas. Logo, não apuram sua sensibilidade, podendo se tornar adultos com pouca criatividade.

Crianças que não lêem tendem a absorver menos conhecimento pelo intercâmbio de ideias

O fato de o estudo ter sido feito com irmãos gêmeos, portanto, com crianças com a mesma genética e com condições iguais, torna a pesquisa muito interessante. Os cientistas concluíram também que as crianças que leram menos apresentaram diferenças significativas em comparação aos seus irmãos. Um dos pontos observados foi a pouca troca de conhecimento com os colegas e até com os professores. Na vida adulta, o reflexo é a falta de habilidade de trabalhar em equipe, por exemplo.

Crianças que não lêem tendem a não se concentrar com facilidade

A concentração é essencial tanto para a absorção de conhecimentos quanto para a realização de atividades – em todas as esferas, do cotidiano ao trabalho. Como ficar descansado ao saber que a facilidade de se concentrar é desenvolvida na mais tenra infância e que crianças que lêem menos tendem a ser mais dispersos, levando este comportamento para a vida adulta?

Os cientistas viram uma diferença significativa na capacidade de concentração das crianças que cultivam o hábito da leitura em relação aos seus irmãos gêmeos que não são tão apegados aos livros.

Ter livros como um investimento para a formação do seu filho é, acima de tudo, prepará-lo para ser um adulto com capacidades cognitivas acima da média. Olhe para as estatísticas brasileiras para ver que esta, infelizmente, é a nossa realidade. Uma pesquisa da Federação do Comércio do Rio de Janeiro em 70 cidades de nove regiões metropolitanas do país mostra que 7 em cada 10 brasileiros não leu um único livro em 2014. Os resultados apresentados pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) também são desoladores: mais de 529 mil alunos tiraram nota zero na redação – apenas 250 chegaram à nota máxima.

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